terça-feira, 8 de novembro de 2011

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Finalmente cheguei aqui; o engraçado é que não sinto o fim, não o avisto. Na verdade acho que as coisas estão começando somente agora. Foi uma longa e gratificante viagem onde eu consegui já avistar o topo dos prédios da minha cidade destino, mas acredito que ainda é necessário dar mais uma voltas. De tudo, pude perceber o quão importante foi passar pelos destinos da identidade e suas diferenças, do gênero e seus papéis e encarar a entrada das sexualidades e passar por elas, observando os detalhes desse destino desconhecido até então.
Pude perceber que o valor das coisas não estão nelas mesmas, mas no nosso ato de atribuir tal valor, verificando o quanto aquilo é importante a válido a nós enquanto seres humanos. Assim vi cada item, conceito, características deste trabalho. Foi mais que mera teoria; foi absorver o universal e esfregar em mim o que já era meu, mas eu não sabia, eu tinha medo.
Então pressionado me perguntei: Qual o meu medo? Eu já sabia a resposta. O medo não era só essa resposta, mas as consequências da mesma. Todo o estudo da teoria queer, das identidades, dos gêneros, das sexualidades entraram batendo na porta da minha prática e me perguntando: E aí, quando vamos viajar com você, hein?! Enquanto isso, na minha cabeça só latejava uma palavra: performance. Então assimilar uma coisa a outra e construir um todo também se tornou um medo. Pra enfrentar um eu deveria superar o outro primeiro. O primeiro medo? A família. Assumir-se pra família. Uma pedra que rola as estradas da minha viagem até hoje. Eu sempre desviando; parado não dá pra ficar. Então latejava outra questão na cabeça: Como fazer um trabalho como esse e não ser um homossexual assumido, Robson?! Você trabalhou com Teoria Queer, quem quer enganar? Está aí meu maior medo. Ter uma teoria gay para subsidiar minhas cenas é uma delícia, mas não poder mostrar isso pra minha família por medo não é nada legal. Minha estrada se fechou. Ou eu assumo pra minha família ou eu assumo esse grande abacaxi que colhi na viagem pra descascar. Certo, escolhi o abacaxi. Admito, sou gay, fiz um trabalho sobre Teoria Queer, onde defendo a imagem do homossexual afeminado, onde exponho isso tanto teóricamente quanto nas práticas e no fim das contas a coisa mais importante da minha vida não sabe. Paradoxal. Fato é que, não teria sido tão queer se não fosse como foi. Eu coloquei nesse trabalho tudo que eu nunca tive coragem de mostrar pra minha família. Admitamos, se fosse fácil não teria a mesma carga de emoção. A próxima emoção é somente minha: o ato de assumir. Não sei quando isso vai acontecer, não sei se vai acontecer, não sei como vai ser daqui em diante, mas eu acredito que assumir pra mim mesmo todas essas questões aqui abordadas, desde o título até essa linha escrita já foi um grande caminho percorrido, eu sei disso, eu me permito  saber e admitir isso. A excentricidade do queer, a força das questões de gênero; discussões que parecem não ter fim. Por isso prefiro não colocar um ponto final nessa viagem. Eu tenho descobertas a fazer ainda e eu quero fazer isso. Todas as questões sociológicas foram de extrema importância, mas de certa forma ficaram limitadas ao meu universo homossexual, meu cantinho aqui nessa cidade, meus locais frequentados, meus amigos, minhas baladas. Eu quero descobrir meus pares no mundo, quero ver as possibilidades de diálogo que posso estabelecer daqui em diante, fugir desse universo de "single ladies" protegido, mas é claro, sem querer diminuir a vivência daqui. Foi aqui que a viagem começou e não dá pra jogar fora tudo isso, haveria de ter um start e as minhas vivências protegidas foram só a chave da porta que eu quero abrir pro mundo performático que existe lá fora, eu quero viajar rumo a isso, eu sei. Como eu trabalho isso, como eu uso isso, como é essa transição? Estão aí perguntas que eu admito não saber responder agora, mas tenho a chave pro caminho das respostas e acredito que já destranquei a porta. Esse trabalho não foi um fim, de maneira alguma. A busca da autobiografia enquanto um símbolo pro trabalho foi um passo já, assumir-se pra mim mesmo foi outro, admitir meus medos e usá-los também foi outro. Agora acabei de me dar conta que fiz toda essa viagem a pé. Nada melhor que caminhar. Nada precisa ser rápido, acelerado. Esse fato deixou meus prazeres aparecem e foram através deles que pude perceber meus erros e continuo a caminhada em busca de superá-los, sempre. Eu quero continuar a pé, descobrindo cada sensação de perto, podendo sentir na pele e tendo tempo suficiente pra isso. Agora eu posso. Eu posso até ter voltado pro meu armário algumas vezes, mas eu levei pra dentro dele tudo que eu vivi do lado de fora e certamente lá dentro não será a mesma coisa. O queer como subsídio realmente faz efeito; não só na cena performática, mas na vida. Na vivência do eu Robson, do eu homossexual, o eu artista, o eu. 
E depois de cortar, entrar no jogo, assumir a Carolina que vivia dentro de mim, utilizar algumas próteses e transformar tudo isso em uma campanha viral de internet, é bom poder admitir que de tudo que fui, só me resta ser eu mesmo. 
"Zarrô!"

terça-feira, 25 de outubro de 2011

UM LINK... UMA TEMPESTADE DE LÁGRIMAS

A tempestade de lágrimas veio quando eu recebi "um link". Pode até parecer bobeira, mas esse vídeo atingiu minhas lembranças aos 14 anos de idade, me corroeu por dentro e me colocou em estado de alerta sobre a vida.

O VÍDEO:


Esse é um vídeo de um vereador do Texas que fala sobre suicídios de jovens gays que sofreram bullying na escola. Eu posso dizer que não vivi exatamente isso, mas eu presenciei muito de tudo isso e não teria como não me tocar, mas o fato principal é o MEDO! 

É tudo muito pessoal, mas acredito que de certa forma esse vídeo toca de alguma maneira as pessoas que assistem. A minha resposta a esse vídeo, além do choro, foram fortes palavras e um desabafo necessário. Gostaria de expor aqui... essa exposição faz parte dessa minha fase...

A RESPOSTA:

" No reveillon de 2007 pra 2008 eu abracei a minha mãe e comecei a chorar. 2007 foi o ano que iniciei a minha vida sexual.
Minha mãe estava aflita pq ela sentiu q não era um choro de felicidade e eu aflito pq ali era uma oportunidade de contar o pq eu estava chorando, mas eu não contei.
E daquele momento em diante eu decidi que ia construir minha vida aqui até conseguir me tornar independente, pq só assim eu conseguiria contar pra minha família.
Sempre passou pela minha cabeça que enquanto meus pais me mandassem 1 real q seja, eu ainda dependeria deles, e enquanto dependendo deles, eu não queria frustra-los com esse problema. É grosseiro da minha parte pensar q um dos meus medos é achar que meu pai acharia que sustentou todos esses anos um filho gay, caso eu contasse, pq eu sei como meu pai é em relação a esse assunto. De uns 2 anos pra cá, eu comecei a mudar a minha cabeça, muito pelos estudos que fiz do assunto. Eu não sou doente, eu não sou estranho e minhas diferenças são iguais as diferenças dos outros. Eu trabalho, estudo, pago minhas futilidades e meu pai não encrenca com isso, mas ainda assim existe um medo q eu realmente não sei qual é. Eu chorei muito vendo esse vídeo agora, pq de uma certa maneira esse cara descreveu minha fase de descoberta; só q ao contrário do q foi dito, eu nunca, jamais em hipótese alguma pensei em me matar pq eu sabia que isso não era uma escolha minha e com 14 anos de idade eu entendia que se eu contasse pra minha família, eles iam entender. Eu era muito novo, não sabia direito das coisas, mas mesmo assim eu não contei pq desde os 14 anos de idade eu tenho esse medo de não sei o que...
Descobrir qual é esse medo, hoje, é muito mais difícil que contar pra minha família q sou gay. O difícil é q, pra descobrir eu preciso contar. Paradoxo da bicha.
Agora eu não consigo parar de chorar, pq fico remoendo esse medo dentro de mim e não sei até quando isso vai continuar.
Minha irmã foi um passo enorme nessa caminhada, mas meus pais são de outra geração e por mais q eu os conheça e saiba o quanto eles me amam, a verdade me assombra.
Me sinto péssimo, oco. Eu não sei lidar com essas cobranças, não sei. Eu só sei que deixei o tempo passar demais; eu só tinha 14 anos. Eu era esperto suficiente pra saber o que era um homem e o que era uma mulher e de repente eu não sabia mais o que era por dentro. Sofro isso há 8 anos e meu maior medo é não saber até quando vou continuar sofrendo isso, lavando minha alma com lágrimas de dúvida, medos...Tenho medo de tudo ser em vão. O meu "sair do armário" é uma falsidade pra ganhar um 10. Eu vou acabar voltando, uma hora ou outra, enquanto o medo ronda por aqui. Essa é a verdade, isso sou EU.
desculpa o desabafo, essa é a sensação primordial.
r. "

 É sofrido, é cafona. É eu.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

MENTIRAS, TANTAS MENTIRAS...

Poucas pessoas sabem o que se passa na minha cabeça. Espera! Poucas não... NENHUMA! 
Me acostumei a sofrer calado qualquer tipo de problema, seja de qual ordem ele for. Talvez isso tenha se construído no decorrer da minha educação e está diretamente relacionado ao meu "jeitinho" de ser. De signo aquático, sou o mais sensível deles, mas não exponho tanta sensibilidade quando o quesito é SE ABRIR. É claro que muita coisa mudou de anos para cá, mas acredito que não mude muito mais, devido ao fato de eu ter acostumado a viver assim. Costumes são mesmo uma merda (com o perdão da palavra). Você se acostuma a ser uma coisa, uma pessoa e isso toma conta de você pro resto da vida. Isso influencia seus relacionamentos sociais, sua vida conjugal, seu trabalho e acaba chegando a níveis trágicos, como saúde. 



Há dois dias atrás me flagrei pensando em terapeutas. Na verdade isso está diretamente relacionado a série de tv que venho acompanhado nesta fase, onde o mocinho esconde suas piores verdades. Calma, não sou nem um assassino em série, mas confesso que já matei muitas verdades quase expostas porque tinha medo das consequências e logo, da exclusão.
Então, na verdade, o medo parte do princípio que o problema não é eu contar a verdade, mas a consequência que aquela verdade vai me trazer. É mais ou menos como aquele ditado que os fins não justificam os meios, mas nesse caso, ao contrário: o meio não justifica o fim. Mentir que NÃO é gay não justifica meu medo de ser excluído da sociedade. O medo é não ter direitos a determinadas coisas porque alguns ainda pensam que você é doente. Triste doença... DA CABEÇA DE PESSOAS QUE PENSAM ASSIM.



Das verdades mais cruéis, me assumir pra eu mesmo foi uma das mais fortes. Agora superada, o problema são as mentiras, que eu prefiro tratar como falsas verdades. Sim, prefiro assim. Como também sempre preferi dizer que eu nunca menti, nem pra eu mesmo. Só omiti uma verdade que não estava pronta pra vir a tona. Cada coisa no seu tempo, não é mesmo?! Talvez por pensar assim que eu nunca fiquei cara a cara com um médico especializado nos meus "problemas". Verdade ou mentira, o que é certo ou errado só é ou foi certo e errado um dia porque alguém foi lá e julgou como tal e sabe de uma coisa? Esse alguém é como todos nós e sobre isso ninguém pode mentir. Minto pra sobreviver do meu jeitinho? MINTO! Hoje eu prefiro mentir do que omitir. Hoje acho feio esconder as verdades, mas ainda sou daqueles que acha que tudo precisa do seu determinado tempo. Ainda bem que ele não pára. Eu iria odiar ter que esperar mais do que o esperado; mais do que o esperável. 



O porque de eu estar escrevendo tudo isso é que hoje comecei a observar um relógio de parede que eu ganhei da minha mãe, que ganhou o mesmo a mais de 30 anos atrás e que hoje, fica parado, marcando 1h e 50 minutos ali na minha cabeceira. Às vezes tenho vontade de imortalizar tudo, assim como ele imortalizou sua hora, mas eu estaria mentindo sobre a minha mais valiosa verdade... VIVER!

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

CONFISSÕES DE UM TCC

Tá chegando o final do ano e junto com ele aquela tensão sobre o tcc. Normal. Eu como não consigo ficar parado, estive fazendo uns vídeos onde eu confesso algumas angústias, alguns fatos e umas novidades sobre o trabalho prático. Aliás, é uma DIKONA do que vai rolar na performance n°5... Aqui, uma sequência de 10 vídeos curtíssimos onde eu falo sobre tudo  isso. Eu me sinto bem mais leve. Enfim, segue abaixo a sequência "Confissões de um TCC" de 1 à 10:


CONFISSÕES DE UM TCC N°1:


CONFISSÕES DE UM TCC N°2:


CONFISSÕES DE UM TCC N°3:


CONFISSÕES DE UM TCC N°4:


CONFISSÕES DE UM TCC N°5:


CONFISSÕES DE UM TCC N°6:


CONFISSÕES DE UM TCC N°7:


CONFISSÕES DE UM TCC N°8:


CONFISSÕES DE UM TCC N°9:


CONFISSÕES DE UM TCC N°10:



#ProntoFalei


quinta-feira, 29 de setembro de 2011

SOU DO TIPO...

Hoje estou naqueles dias. Se eu fosse mulher vocês iam dizer que estou menstruada. Na verdade a TPM tá a mesma, mas a minha é T.P.T.C.C (Tensão pré Trabalho de Conclusão de Curso). Sou desse tipo; aliás, sou do tipo que me preocupa mesmo. Sou do tipo que senta pra pensar e que pensa pra sentar. Sou do tipo que nega amor pra um, mas não consegue esconder do outro. Do tipo que acha que sexualidade é tudo a mesma coisa já que somos todos seres humanos, num é? Ou você algum dia na sua vida já viu um smurf de verdade cruzando teu caminho? Eu poderia dizer que voei de bicicleta com o E.T, mas eu seria do tipo mentiroso e esse tipo eu não sou. Eu já fui. Mentia sobre minha sexualidade, mas hoje eu percebi que eu não mentia. Na verdade (ou na mentira) eu não sabia e talvez naquela época eu acreditava em et's mesmo. Bom, isso foi meu tipo infância/adolescência. Hoje sou do tipo que faz campanha sobre sexualidade pra lembrar que ainda somos seres humanos; que ainda compartilhamos, que ainda respiramos, que ainda amamos! Sou do tipo Drummond também, se vocês não sabem... no meio do meu caminho tem pedras, aliás, rochas, mas quem se importa? Bom, eu sou do tipo que me importo muito, mas na minha infância eu era do tipo que escalava as rochas na praia só pra ter a satisfação de ver o infinito. Ver o infinito é algo tão contraditório, né? (risos) Eu dou risada porque eu relaciono essa escalada ao meu tipo hoje e quaaaase não enxergo o infinito, mas sabe? Eu continua nadando, porque não existe nada mais gostoso que esse caminho percorrido. Assim como na campanha "SEXUALIDADE", nada melhor como ver as pessoas nadando junto comigo, avistando o infinito, lutando, percebendo o real sentido da coisa, enfim, sendo do meu tipo.
Sou do tipo que gosta disso! 

Já que falamos na campanha, deixo com vocês o 1° vídeo com as fotos da galera que é do tipo:

Sou do tipo vocês!

=*

sábado, 17 de setembro de 2011

Campanha SEXUALIDADE

Na nossa sociedade é meio que via de regra pensar numa relação entre gênero e sexualidade, quer dizer, o sexo masculino está sempre relacionado ao gênero masculino (macho) e o sexo feminino sempre relacionado ao gênero feminino (fêmea). Macho e fêmea são determinações biológicas e a definição de homem e mulher são construções culturais assim como as possibilidades que o gênero tem de não precisar se limitar somente a masculino e feminino, então gente, acredito eu que, o nosso sexo biológico não dita qual o gênero que o ser humano deve seguir. Em outras palavras, descobri que sou LIVRE!

Pois bem, foi a partir de tais estudos que surgiu a campanha "SEXUALIDADE", cuja qual expõe fotos de homens e mulheres, pessoas normais seguida de uma frase que faz toda a diferença na imagem:


Não importa se você é hetero ou homo, nosso propósito é outro. Você encontra alguma diferença? NÃO! E porque? Por que a diferença simplesmente não existe!

A partir disso, coletei algumas fotos e iniciei a campanha.
Ficou tipo assim:





Essas fotos foram tiradas em um dos meus ensaios da performance n°4 do meu tcc, mas o propósito da campanha é coletar QUALQUER foto e colocar a frase "hetero/homoSEXUALIDADE", pois a questão aqui é justamente essa: não criar diferenças.

Heterossexual, homossexual, bissexual, transexual, metrossexual... SEXUALIDADE!
Nós já começamos!

Quem curtiu pode mandar sua foto pra ajudar a compor a campanha.
As mesmas estão sendo divulgadas no álbum Campanha "SEXUALIDADE" do meu Facebook e vão ser divulgadas aqui no blog e com a ajuda de todos vamos levar essa campanha a lugares cada vez mais altos!

Envie sua foto para: robsonfabrini@hotmail.com com o seu nome e o nome de quem tirou a foto. 
É bem simples!

=D


segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O "NUDE" COMO SUBSÍDIO PARA I ♥ PRÓTESE

Não foi por acaso pensar no nude para subsidiar a performance n°4. A idéia que partia do conceito de prótese corpórea foi se encorporando em questões que vêm desde o nascimento do ser humano, quando nós damos às caras no mundo, com apenas uma coisa no corpo: NADA!

O nude é o nú, pessoa pelada no seu significado mais literal, mas é também a maior representação do nascimento, do surgimento de um novo corpo que vem livre e limpo, mas que, a partir daquele momento (o nascimento), está apto a qualquer modificação.



Esse termo entra em I ♥ PRÓTESE para demonstrar como o ser humano nasce e como ele se transforma ao longo dos anos. 
A escolha de figurino foi simples e objetiva: NUDE! 



Aqui, quase nús, no mínimo de roupas possíveis e com cores mais próximas a cor da pele. A nossa única diferenciação do nú serão as próteses, afinal, o tom nude se aproxima tanto do tom de pele que parece misturar-se aos seios, ombros, pernas. 



Duas peças lívidas: 
carne e figurino nude, uma tingindo a outra, deixando tudo mais claro.


Gosto de pensar no nude como uma tela branca. 
Lá você pode pintar simplesmente qualquer coisa!